Viver da floresta Amazônica sem derrubar nenhuma árvore é o que faz uma família de artesãos que mora dentro da Reserva Extrativista (Resex) Lago do Cuniã, na região do Baixo Madeira em Porto Velho.
Juntos, eles transformam restos de árvores e frutos em peças exclusivas de madeira e a inspiração? é a própria natureza.
![Família transforma restos de árvores em estátuas de madeira no Lago do Cuniã em RO — Foto: Emily Costa/g1 RO](https://i0.wp.com/s2-g1.glbimg.com/gw6Qgm3EWypPzmLq8LRyB1Vgz_o=/0x0:1024x576/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/i/Y/Nd9jUHR2maASfWKx0FaA/whatsapp-image-2023-12-09-at-11.50.25-1-.jpeg?w=696&ssl=1)
Família transforma restos de árvores em estátuas de madeira no Lago do Cuniã em RO — Foto: Emily Costa/g1 RO
De acordo com a artesã Francisca Pinho, a inspiração para transformar restos de matérias-primas em arte surgiu de uma maneira simples. Enquanto ela e o marido trabalhavam no quintal de casa, a filha mais velha cuidava dos irmãos.
A jovem aproveitava esse tempo para pegar galhos e fiapos de madeira e moldá-los em formas de animais. Esse gesto despertou na família, a inspiração para começar a customizar estátuas de madeira.
“Qualquer tipo de pedaço de madeira e de ouriço de castanha, por exemplo, a gente pega para moldar e surge uma arara, um jacaré, um papagaio. A ideia vem da nossa mente mesmo e todo mundo ajuda”, explica a artesã.
A confecção das peças é totalmente manual e requer apenas utensílios simples: uma faca, cola, tinta e o principal: os pedaços e galhos de madeira que caem pelo quintal. Além disso, os ouriços, após a extração das castanhas, também são reaproveitados e se transformaram em kits de cozinha.
![Kits de cozinhas feitas de ouriço de castanha por artesã do Lago do Cuniã — Foto: Emily Costa/g1 RO](https://i0.wp.com/s2-g1.glbimg.com/Vc6Ik1RAXuG0uYxpcp3Qoo8WHPM=/0x0:1024x576/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/D/q/IH6TywQvu7AAHRy2w1gg/whatsapp-image-2023-12-09-at-11.50.43.jpeg?w=696&ssl=1)
Kits de cozinhas feitas de ouriço de castanha por artesã do Lago do Cuniã — Foto: Emily Costa/g1 RO
Embora todos na família tenham habilidade na confecção das peças, o processo de customização é demorado, pois não dependem exclusivamente do artesanato. Na local, dedicam-se também ao plantio, colheita de frutos, produção de farinha e doces, como pé de moleque.
![Peças feitas de forma manual por família de artesãos — Foto: Emily Costa/g1 RO](https://i0.wp.com/s2-g1.glbimg.com/uEKNDOVVe7WEr9MzQqC0GpqZqb4=/0x0:1024x576/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/s/B/YhMbAASGiiO2YY2oXWmA/whatsapp-image-2023-12-09-at-12.01.10.jpeg?w=696&ssl=1)
Peças feitas de forma manual por família de artesãos — Foto: Emily Costa/g1 RO
As estátuas geralmente são feitas por encomenda e os clientes são os próprios moradores das outras comunidades. Jacarés, pirarucu e papagaios são os queridinhos. Além disso, na residência da família, há uma lojinha com peças disponíveis a pronta entrega.
![Artesã mostra sua loja com peças a pronta-entrega — Foto: Emily Costa/g1 RO](https://i0.wp.com/s2-g1.glbimg.com/d3-DhLTT6NXC5Z1u9YU1ZEyICsI=/0x0:1024x576/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/O/6/Jop6mnQQC2uGGUiAODKA/whatsapp-image-2023-12-09-at-11.52.20.jpeg?w=696&ssl=1)
Artesã mostra sua loja com peças a pronta-entrega — Foto: Emily Costa/g1 RO
Há mais de 20 anos, a família vive praticamente “isolada” na comunidade de pupunhas, dentro da Reserva Extrativista. Francisca, seu marido e os outros seis filhos são os únicos habitantes da comunidade, que só pode ser acessada por barco.
![Acesso á comunidade de Pupunhas é feito somente por barco — Foto: g1 RO](https://i0.wp.com/s2-g1.glbimg.com/T3WpEUnY-q7wgMEh4LytOB_k2ok=/0x0:1024x576/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/P/B/5xIg2URUihO9GBaTwwxw/whatsapp-image-2023-12-09-at-11.56.52.jpeg?w=696&ssl=1)
Acesso á comunidade de Pupunhas é feito somente por barco — Foto: g1 RO
Apesar das dificuldades em percorrer mais de 50 quilômetros até Porto Velho para exames e consultas médicas, a artesã expressa seu amor por viver no local, pela tranquilidade e paz que sente e não pensa em mudar para a cidade.
![Família vive há mais de 20 anos praticamente 'isolada' em comunidade de Pupunhas dentro da RESEX — Foto: Emily Costa/g1 RO](https://i0.wp.com/s2-g1.glbimg.com/P1Yml_noPD_oc46hKEJ3lFKcP1g=/0x0:1024x576/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/8/f/93zwjKQgmzYpuC7nxEAA/whatsapp-image-2023-12-09-at-11.49.46.jpeg?w=696&ssl=1)
Família vive há mais de 20 anos praticamente ‘isolada’ em comunidade de Pupunhas dentro da RESEX — Foto: Emily Costa/g1 RO
Por Emily Costa, g1 RO