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domingo, setembro 15, 2024
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Anta é resgatada de incêndio em Rondônia e ‘adota’ brigadistas

Uma anta foi resgatada por brigadistas em um dos focos de incêndio que atingem o Parque Guajará-Mirim há mais de um mês, assustada e desidratada. Mesmo depois de tratada e solta, ela volta todos os dias como se tivesse “adotado” a base e os brigadistas como família.

“O comportamento da anta de voltar todo dia aqui onde nós estamos é a sensação de segurança pois aqui ela é bem tratada e é bem alimentada, não tem risco nenhum pra ela aqui então ela se sente segura”, aponta Luiz Machado, agente do PrevFogo.

Imagens gravadas por Luiz mostram a anta recebendo carinho, alimentação e interagindo com os brigadistas no acampamento montado provisoriamente durante o combate ao fogo no Parque Guajará.

O Parque é uma das maiores unidades de conservação de Rondônia e está em chamas há mais de um mês. Dados do Painel do Fogo apontam que o fogo já atingiu uma área de quase 50 mil campos de futebol, equivalente a aproximadamente 22% de toda a área do parque.

Incêndio no Parque Guajará-Mirim, em Rondônia — Foto: Ibama

Incêndio no Parque Guajará-Mirim, em Rondônia — Foto: Ibama

A equipe do Prevfogo, órgão responsável pela prevenção e controle de queimadas, atuava no combate às chamas quando encontrou a anta. Além de muito assustado, o animal estava com sinais de desidratação. Ele foi resgatado e tratado por veterinários.

Após o resgate, a equipe montou um viveiro no acampamento em que estão instalados, para tratar da saúde do animal, mas ele não se adaptou. O animal foi solto em uma área do parque livre do fogo, mas retorna pelo menos 4 vezes ao dias para a base da equipe.

O comportamento dócil e carinhoso não é comum da espécie, segundo o biólogo Flávio Terassini. Ele conta que o animal pode ter sido criado em cativeiro, o que explica a aproximação com os agentes.

Anta é resgatada e 'adota' brigadistas em RO — Foto: Arquivo Pessoal

Anta é resgatada e ‘adota’ brigadistas em RO — Foto: Arquivo Pessoal

Queimando a um mês

De acordo com o painel do foco, existem cerca de 12 pontos onde os focos de incêndio estão concentrados. Agentes do Ibama atuam no combate às chamas há mais de um mês e apontam como dificuldade o baixo efetivo e falta de apoio aéreo.

O Parque Guajará-Mirim tem mais de 200 mil hectares e é responsabilidade do governo de Rondônia, por se tratar de uma unidade de conservação estadual.

Os incêndios são investigados pela Polícia Ambiental, mas a principal suspeita é que se trata de ação criminosa. Garrafas de combustíveis foram encontradas pelos agentes próximas aos focos de incêndio, além de “armadilhas” espalhadas pelo parque.

Garrafa encontrada próximo aos focos de incêndio no Parque Guajará-Mirim — Foto: Divulgação

Garrafa encontrada próximo aos focos de incêndio no Parque Guajará-Mirim — Foto: Divulgação

De acordo com César Guimarães, superintendente do Ibama, um dos principais problemas no combate às chamas dentro do Parque Guajará-Mirim é a reignição: a reativação de incêndio já combatido e extinto.

Parque Guajará-Mirim

O Parque Estadual de Guajará-Mirim é uma unidade de proteção integral, com aproximadamente 220 mil hectares, localizada na zona rural de Nova Mamoré. A UC foi criada há mais de 30 anos, através do Decreto Nº 4.575, de 23 de março de 1990.

Ao longo dos anos, a região vem sofrendo devastação em decorrência da permanência de invasores no local. Os crimes mais recorrentes são extração ilegal de madeira, desmatamento, incêndio, pastagem, caça e pesca ilegal e grilagem de terras.

Para entender a importância de preservação do Parque, cabe ter conhecimento que dentro da unidade existem diversas espécies, seja da flora ou da fauna, que são ameaçadas de extinção, quase ameaçadas ou vulneráveis.

Por Rede Amazônica e g1 RO

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