Nas primeiras duas semanas de setembro, a quantidade de focos de queimadas em Rondônia foi 3 vezes maior do que o total de registros feitos nos seis primeiros meses de 2024. Os dados são do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
A plataforma do Inpe mostra que, entre 1º de janeiro e 30 de junho, foram identificados 465 focos de queimadas no estado. Já nos primeiros 15 dias de setembro, o número de registros superou 1,5 mil, o que equivale a 18,8% de todos os focos de queimadas registrados no estado, até o momento.
Os números também indicam um aumento em comparação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 1.490 focos.
De acordo com o Inpe, um foco precisa ter pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura para que os chamados “satélites de órbita” possam detectá-lo. No caso dos satélites geoestacionários, a frente de fogo precisa ter o dobro desse tamanho para ser localizada.
Ao todo, Rondônia contabilizou 8.137 focos de incêndio em 2024, um aumento de 106% em relação ao mesmo período do ano passado, que teve 3.941 focos entre 1º de janeiro e 15 de setembro.
O número também se destaca como o pior em cinco anos. A última vez que o estado teve uma quantidade mais expressiva de queimadas foi em 2019, quando 9.171 focos foram identificados.
O mês de agosto é o pior de todos. Somente nesse período, os incêndios correspondem a 55% de todos os registros feitos em 2024 até o dia 15 de setembro.
Enquanto os focos de queimadas aumentam, a seca e a estiagem continuam em Rondônia. Pela primeira vez, desde o início do monitoramento em 1967, o Rio Madeira ficou abaixo de 1 metro. No último sábado (14), o nível do rio em Porto Velho chegou a 41 centímetros, um novo recorde histórico.
Rondônia é o oitavo estado do Brasil com mais focos de queimadas. A Situação Atual representa o número de focos detectados pelo satélite de referência no período de 1º de janeiro a 15 de setembro.
Por Jaíne Quele Cruz, Caio Pereira, g1 RO